terça-feira, 5 de abril de 2011

PRIMEIRO CACHORRO


                                        
         Um outro título para este capítulo seria: baixa auto-estima. A que ponto é capaz de chegar uma pessoa quando sua auto-estima foi destruída por um marido autoritário durante 15 longos anos...
         Nada pessoal, mas o primeiro cachorro que passou do virtual para o real não era nenhum padrão de beleza, muito pelo contrário, não tinha absolutamente nenhum atrativo. Era um homem comum, magro, 48 anos com todos eles marcados no rosto, meio careca, bastante narigudo e ainda por cima desempregado. Só mesmo uma pessoa no fundo do poço, como eu me encontrava para concordar em sair com ele. O pior é que fui sabendo, pois ele me mandou uma foto. Não posso nem dizer que fui enganada, seduzida. Fui consciente do que ia encontrar, mas não achei que seria tão ruim. Ele parecia um bicho assustado, uma doninha, um lêmure.  Combinamos de ir direto para um motel, sem ao menos tomar um café antes para quebrar o virtual. Marcamos numa estação de metrô. Ele olhava para os lados rapidamente, mexia no celular, procurava algo nos bolsos. Tive o ímpeto de virar as costas e ir embora, mas aí veio a consciência, lembrando que aquele homem para estar ali teve que pegar pelo menos 3 conduções e me ligar várias vezes a cobrar pois nem dinheiro para colocar créditos ele tinha. Que situação!
Um perdedor, morava com a família num casamento falido. Aliás essa é a situação que praticamente todos os cachorros vão descrever.
         Para evitar um constrangimento ainda maior, por estar desempregado e sem nenhuma perspectiva de melhora, pois ao invés de procurar emprego, ele ficava o tempo todo na internet, ele pediu que eu  fosse de metrô. Tinha acabado de trocar de carro, tinindo de tão novo, seria humilhante para ele, além do que, eu não queria que ele anotasse a placa. Estacionei no hotel e fui a pé até a estação encontrar com ele. Depois de procurar preços de hoteis na região, decidimos ir no mais barato que encontramos, a R$ 24,00 o período de 3 horas. Pelo menos ele levou sabonete, camisinhas e gel. Sinceramente, não sei como fui entrar nessa...
Era  uma perfeita toupeira, usava óculos imensos, que o deixava ainda mais magro, uns poucos cabelos grisalhos bem finos,  mal vestido, realmente sem nenhum atrativo físico ou intelectual.
Digamos que comecei essa transposição do virtual para o real fazendo uma boa ação!
O hotel era escuro, feio, com uma decoração ultrapassada, cheirava mal.
Assim que entramos no quarto, ele foi  me agarrando e me beijou, me prensando na parede...eu já tinha dito que gostava... Foi uma mistura de asco, nojo, tesão, sei lá, mas não conseguia falar que não. Ele me ajudou a tirar as botas  e o resto da roupa. Eu não sentia absolutamente nada por ele, nem atração, admiração, nada! O que aconteceu depois foi apenas um ato animal, guiado por instintos. Fomos para o banho. Ele me passou sabonete e me enxugou com a toalha, não me deixou fazer nada...aquilo me irritava! Tanta dedicação soava falso. Tive o ímpeto de dar um pontapé quando ele se ajoelhou na minha frente e se pôs a enxugar meu pé. Eu não estava no clima romântico! Ele queria conversar, ficar namorando, deitados um ao lado do outro e eu querendo mais deixar os instintos livres, fazer um sexo animal, já que estava ali mesmo, queria aproveitar. Ele fez um sexo oral razoável e eu nele, eca! Mais uma vez..que tortura! Ele ficou mais deitado que em pé, em todos os sentidos... Ele dizia: tem coisa melhor? Eu pensava: tem sim,  uma ereção plena!!
Até massagem ele me fez ...se eu quisesse ser massageada, procurava um profissional. Tudo o que ele fazia me irritava!
         Houveram outras tentativas mas acabaram frustradas pelo mau funcionamento do equipamento. O que para mim foi um alívio!!!!
         Quando a paciência acabou , fui para o banho, dessa vez sozinha... precisava me acalmar... afinal foram 3 horas suportando aquela conversa fiada, aquele cara nojento, que coisa mais sem graça!!!
         Finalmente havia acabado o tormento, era só sair dali e nunca mais esse cara me veria de novo... Ele era extremamente carente  procurava uma mulher para ser sua amante fixa e que no mínimo o sustentasse...deixei o cargo em aberto...nem pensar!!!                   
         Durante o tempo que ficamos juntos, ele falou várias vezes que tinha acertado na loteria quando me encontrou naquela sala de bate-papo, que queria me ver de novo e o quanto antes, que queria ficar mais tempo, principalmente em maio, quando eu supostamente estaria temporariamente solteira com a viagem do marido....Ele deve ter ficado esperando até hoje pois não colocou os olhos em mim nunca mais!!!!
         Dividimos a conta do hotel e o mandei embora para o metrô, a pé, dizendo que iria para o outro lado, entregar um documento. Esperei ele ir embora para pegar o carro. Que horror!!! Chegando em casa: banho, banho e mais banho!
Só existe uma explicação para este fato ter ocorrido: a pomba-gira baixou!!!

4 comentários:

  1. Laura...
    Você não deveria ter tido dó dele....Se era um derrotado, era problema dele. As pessoas são responsáveis por seus atos. Ele poderia trabalhar, ir atras, mas ao inves disto ficava na net.
    Não merece compaixão

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  2. Mas Rosa, a Laura diz, mas não teve realmente compaixão por ele, ela teve é dó dela mesma, carente a ponto de se deixar comer por esse coitado, nojento, asqueroso, ... Ela quis ir até o fundo do poço onde já estava, como para assegurar-se que estava mesmo no fundo do poço... e talvez para sentir tanto nojo que lhe dê vontade de sair dele...
    Acho que há um fundo de masoquismo também... rs

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  3. sim, ele era um infeliz que não se mexia para nada, não ia atrás, vivia às custas da mulher....o Lum está certo, pois a partir daí as coisas mudaram...e muito!!
    Aguardem...

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  4. Bem, quando se esta no fundo do poço a unica opção é subir.. não há mais o que descer.
    Lum.. a Laura me conheço... não sou nada boazinha.. com um tipo como este eu descartava logo logo....

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