domingo, 10 de abril de 2011

RONDELLE DE BAR

Esta crônica surgiu do relato da experiência de nossa colaboradora Margoh



‘A ira jaz na revelação da falsidade’
(Margoh)

O mundo mágico do amor chegou... todos me adoram... sou irresistível... acredito e quero acreditar nisso.

Encontrei o caminho do amor: NET, um caminho que parecer não ter volta... mas que nos dá inúmeras voltas.

FC, foto de um rapaz, uns 45 anos, terno, escritório, escritos, mais escritos, mais e mais escritos, telefonemas, torpedos... café, conversa, conversa, beijinho, beijo, beijão, leve nojo, nojo, nojão....

Depois de conversarmos muito no msn, marcamos de nos ver, no horário de seu almoço (14h), fui e fiquei no café de um supermercado esperando, ele apareceu com calça jeans, tênis e uma jaqueta de nylon, pensei: “Cadê o terno, e junto dele, cadê o rapaz????” ‘Acho que mandou o tiozinho no seu lugar’. Sentou-se e começou a falar do frio, realmente forte; as mesas ao redor nos olhavam com estranheza, a mesma que eu insistia em não deixar transparecer.

‘Os tipos físicos escondem as realidades psíquicas’... nem sempre, o estrupício, não ofendendo a raça dos estrupícios, era um homem baixo em todos os graus, metido a sabedor e a comedor.

O desinfeliz começou a falar sobre eu me soltar e a fazer carinho no meu rosto, me esquivava e ele achava que era timidez ou vergonha... sim, vergonha de ter me metido em uma fria como essa... não me perdoei e não me perdoo! Como pude não dizer não e deixei uma seqüência de frases decoradas levar os acontecimentos????

 ‘Você tem que se destravar, faça o que tem vontade de fazer, no momento em que tem vontade’.

Tudo bem, mas não precisa ser com ele e nem em qualquer lugar.

Os minutos não passavam, parecia que o mundo estava em câmera lenta, só para assistir ao meu suplício. Ufa, chegou a hora de irmos ao estacionamento, pegaria o carro e diria adeus àquela situação e a seu integrante. Mais um sufoco, os agarrões foram tantos e tão descarados que os seguranças do local começaram a se aproximar... mulher bonita com homem feio... ou é promessa ou é estupro. Nem um e nem outro: era carência.

Uma seqüência de beijos meio babentos e de mãos que pareciam pertencer a um polvo, difícil de me livrar, consegui dirigir e deixar o tipo no seu ‘suposto’ escritório.
O mais complicado: receber um torpedo com os dizeres: ‘Eu te liguei... fikei com gosto de kero mais...’ e eu desliguei e bloqueei com gosto, nunca mais.

Contei para minha melhor amiga, por proeza do destino, ela já tinha saído com esse cara, e ouviu tudo o que eu ouvi, mas não havíamos conversado o suficiente para evitar essa situação, ela não havia me dito quem ele era, o tipo asqueroso e grudento. Temos como norma não sair com o mesmo cachorro, por respeito a nossa amizade.

Alcunhado de Rondelle de Bar que fica grudado de um lado e se abre todo do outro, fica exposto naquela vitrine gosmenta e osmótica. Não se sabe bem se tem e qual é o recheio. Fica requentado, esturricado, velho e sempre tem alguma desavisada que ainda acredita que pode ser bom.
Sim, estamos no mundo mágico do amor de bar, chegou, olhou, comprou, comeu e esqueceu.






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